Do outro lado da mesa...
Do outro lado da mesa, tu.
Observo-te como uma estranha.
Anoto-te num pedaço de papel e escrevo o que me passas pelos olhos, pelo pensamento.
A todos os pensamentos a que me submeto.
Longe de ti e do mundo. Sigo-te mas tento sentir-te isoladamente de mim.
Procuro no teu riso, a naturalidade duma gargalhada feita de sonhos bons. De uma lua ideal.
Procuro esperança, no que dizes com os olhos. Como um caleidoscópio de cores que te enfeitiça.
Procuro sentir se sentes, que és capaz de enfrentar as incertezas, se sabes por onde queres ir.
Procuro entender as tuas lágrimas e todas as tuas horas.
Procuro levantar-te quando cais e não tens forças.
Procuro as tuas palavras perdidas que sei que ainda guardas.
Do outro lado da mesa,
ausento-me de mim, observo-me e ...
Anoto-me.